sexta-feira, 14 de maio de 2010

Relato do Parto do Zezé III

Continuando mais uma vez, vamos ver até onde chego...

Como estava tudo (relativamente tranquilo) e ja estava anoitecendo, resolvemos esperar até o dia seguinte para ver o que ia acontecer. No dia seguinte, tudo continuava igual, contrações regulares, mas bem fraquinhas. Liguei para o médico e ele pediu para ir ao hospital e fazer uma avaliação.

No hospital fui avaliada e a médica do plantão disse que estava tudo bem. Eu estava realmente no inicio do TP (Trabalho de Parto), mas estava tudo beeem devagar. Como eu era primigesta (primeiro parto) isso era normal. A pressão estava um pouco alterada, mas devia ser a emoção do momento. O hospital só internava se eu tivesse mais de 5 centimetros de dilatação (eu estava com 2).  Então ela disse para ir para casa, descansar, que o parto propriamente dito poderia ocorrer até a segundo-feira (era sábado).

Almocei no shopping, perto do hospital e depois tirei uma boa soneca a tarde. Depois fui jantar na minha mãe e preparar meu imposto de renda, O sistema de Imposto de Renda só funcionava no computador dela.

Voltei cedo para casa pois me sentia meio cansada, mas não tinha sono.

Depois fiquei vendo televisão e meu marido foi dormir (é incrivel como lembro destes detalhes). Passava um programa no History Channel sobre como o mundo ( e principalmente as cidades) ficariam se os humanos desaparecessem. As contrações também estava desaparecendo e eu resolvi deitar para ver se deitada eu conseguia localizar elas melhor.

Depois de um tempo tentando contar as contrações, que estavam irregulares, resolvi dormir. De certa forma eu tinha medo de dormir. Tinha medo de ter meu bebe dormindo. È claro que os medicos dizem que isso é impossível, mas um monte de coisas se passa na cabeça de uma grávida.

Depois de dar um cochilo, resolvi me acomodar melhor na cama. Gravida não tem posição para dormir mesmo. E então escutei um craque, como se alguma coisa tivesse se rompido dentro de mim. Fiquei preocupada, será que era algum osso do nenê? Mas eu estava tão cansada, não queria me levantar e ir até o hospital...

Depois de um tempo, tomei coragem e resolvi ir até o banheiro (grávida tem de ir ao banheiro de hora em hora e a minha bexiga é muito sensível). Foi então que o meu mundo virou de cabeça para baixo... Saiu agua de tudo que era lado. A bolsa havia rompido.

Liguei para o médico toda assustada. Ele porem foi calmo. Pediu para irmos ao hospital, pois a criança iria chegar logo.

No hospital, minha dilatação não havia avançado nada. O médico resolveu me colocar na indução (soro com occitina). Segundo ele, depois que a bolsa arrebenta, o parto deve ocorrer em no máximo 12 horas depois do rompimento da bolsa, senão pode infeccionar e a mãe e o bebê vão ter de tomar antibioticos e o risco do parto aumenta mais.

Ficamos na indução da meio-noite (a bolsa rompeu pelas onze da noite) até as sete horas.  E não aconteceu nada. Nenhuma dor mais forte, nem aumento da dilatação o médico fazia o exame de toque e eu não sentia nada, ele só comentava que o bebê estava "alto".

Vi outras mulheres indo e vindo nos partos normais. O hospital era conveniado, atende pelo SUS, mas é particular e também atendia outros convênios como o meu. Elas gritavam um pouco se queixavam de dor, e depois o bebê nascia. O hospital estava cheio também. Naquela noite nasceram sete bebês, todos meninos.

Mas por algum motivo, meu trabalho de parto, com indução e tudo, não engrenava.

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